Há visões noturnas,
há sonhos asfixiantes,
há gritos na madrugada
e a cama inundada em suor.
Mas àquele que vencer
será dado o Selo de Caim,
os Olhos da Serpente,
o Fogo Prometeico,
& a Cauda do Portador da Luz.
E ele habitará a Terra de Nod,
onde brotam nascentes
com a doce saliva de Sophia.
Mas cuidado,
os guardiões da Fonte são de fogo,
e seus gládios, impiedosos.
Declame a sentença correta,
e jamais esquecerás de quem tu és.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Lennon
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Abortos
abertas sentinas,
fétidas flores olhando
(estupefatas).
os fetosfezes:
pedaços de nós,
restos de nada
que quando sólidos
põem inveja nos nossos
rarefeitos caracteres.
neste caso,
a descarga é uma vingança.
Merda:
olhamo-la de soslaio,
como Narcisos
receando o espelho.
fétidas flores olhando
(estupefatas).
os fetosfezes:
pedaços de nós,
restos de nada
que quando sólidos
põem inveja nos nossos
rarefeitos caracteres.
neste caso,
a descarga é uma vingança.
Merda:
olhamo-la de soslaio,
como Narcisos
receando o espelho.
sábado, 20 de fevereiro de 2010
quarteto desempacado
o verão brinca sobre nossas cabeças,
talhando rugas em faces,
sulcando ares e amores
(amarelando-os)
plantando rusgas entre os homens,
deprimindo flores,
exaltando humores,
exalando odores.
e as dores de cornos (mornos)
ficam mais quentes no verão,
viram tangos gardélicos,
bregas psicodélicos.
chove lava no verão!
talhando rugas em faces,
sulcando ares e amores
(amarelando-os)
plantando rusgas entre os homens,
deprimindo flores,
exaltando humores,
exalando odores.
e as dores de cornos (mornos)
ficam mais quentes no verão,
viram tangos gardélicos,
bregas psicodélicos.
chove lava no verão!
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
à fauna fanática
o fazer
autocrático
suprime o
pensar
autocrítico
&
torna
o ser
em
pistola automática
des-miolada
bitolada
projectando verborrajadas
puramente
dog-máticas:
Au! Au! Au!
autocrático
suprime o
pensar
autocrítico
&
torna
o ser
em
pistola automática
des-miolada
bitolada
projectando verborrajadas
puramente
dog-máticas:
Au! Au! Au!
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Nota e som do Television
Caras e caros. Como ainda não possuo computador, este blog estará sem novas postagens enquanto durar o carnaval, visto que eu dependo de lan-houses e os donos destas estão pulando atrás de trios elétricos neste período. Muito grato por me acompanharem, e até breve!
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
sábado, 6 de fevereiro de 2010
Toda Rigidez é Cadavérica
Essa sua baba lógica
Essa sua besta asmática (Matemática)
Essa sua alma flácida
Seu andar esquálido
Seu fazer monótono
que é um não-fazer platônico.
Esse seu olhar misógino
Anti-erótico, despótico,
Dispara o meu alarme anti-alérgico.
Você é um pé no estômago do âmago,
Monólito apático, patético, anti-poético,
Você não vale um vômito.
Essa sua besta asmática (Matemática)
Essa sua alma flácida
Seu andar esquálido
Seu fazer monótono
que é um não-fazer platônico.
Esse seu olhar misógino
Anti-erótico, despótico,
Dispara o meu alarme anti-alérgico.
Você é um pé no estômago do âmago,
Monólito apático, patético, anti-poético,
Você não vale um vômito.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Deuses Negros
Thelonious monkeando tudo
telúrico ricocheteando projéteis
rimas ricas porém tortas
chicoteando colchões harmônicos
colcheias semi-colcheias
e o pulso surdo do baixo
e o retumbaixo do bumbo.
Ah! Essa autonomia do jazz
esse belo descentralismo
tem tanto a nos ensinar
e nós tão pouco ouvidos para tudo isso
para a gangue do Monk
O Charles Rouse tecendo Ilíadas por segundo no sax tenor,
queimando mil Tróias a cada sopro ígneo.
O Monk levantando vez em quando dando um saque em tudo
(no funcionamento da coisa)
Ah! Poderíamos aprender tanto
desse fazer a coisa e divertir-se com ela.
E o contrabaixo ponteia tdo
como um tecido azteca,
E o Monk gera Cosmos e Cosmos com os negros dedos
enquanto uma gota de suor pinge da sua barbicha pontiaguda
como um mundo agonizante que teme desprender-se
mas sabe que cedo ou tarde vai acontecer,
Cedo ou tarde a gotícula vai desabar na orgia de notas.
E o que somos nós, além de gotículas de suor na barbicha do Monk?
De repente a maré orgíaca cessa um pouco,
e a água aos poucos revela um deus negro
sentado no seu trono percursivo
encharcado, com musgos e siris pendentes.
Ele ataca as caixas com a serenidade de um Buddha
e a letalidade de um arqueiro zen,
ou um Oxóssi Apolo negro.
Tenho medo que num estampido do Deus Riley,
esteja guardado o meu Satori, como uma mina,
e a minha mulher chegue da rua
e me encontre paranirvânico, na cama.
A maré volta, aos poucos,
e aos poucos o Deus vai submergindo,
para voltar à sua atuação subaquática quântica intratômica,
e eu, em estado catártico, cataléptico,
como o primeiro grego que assistiu à primeira tragédia.
Penso seriamente em dar um tempo no jazz,
mas desconfio da aplicabilidade disso
na realidade empírica.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Corais
Um quarto e sala num bairro estranho
não assusta tanto,
Se você já é um estrangeiro nato.
Se os atuais vizinhos são inéditos,
pouco importa,
Pois as casas-ilhas da ilha de ontem
abrigavam as mesmas brigas
de homens-ilhas incomunicáveis
Solitários bancos de areia
esperando somente serem engolfados
pelo mar circundante,
Ou uma súbita erupção do miocárdio,
no caso das ilhas vulcânicas
( adormecidos furúnculos telúricos ),
e como dormem!
Nada de novo sob o teto do ovo concreto,
Apenas os velhos fantasmas
que acompanham o caminhante
aonde quer que ele vá.
não assusta tanto,
Se você já é um estrangeiro nato.
Se os atuais vizinhos são inéditos,
pouco importa,
Pois as casas-ilhas da ilha de ontem
abrigavam as mesmas brigas
de homens-ilhas incomunicáveis
Solitários bancos de areia
esperando somente serem engolfados
pelo mar circundante,
Ou uma súbita erupção do miocárdio,
no caso das ilhas vulcânicas
( adormecidos furúnculos telúricos ),
e como dormem!
Nada de novo sob o teto do ovo concreto,
Apenas os velhos fantasmas
que acompanham o caminhante
aonde quer que ele vá.
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