quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Sua Sombra

Sua sombra será vista na selva,
com detalhes em lama, merda e beijos esquecidos.
Você acabará, como tudo,
e o lobo uivará seu melhor uivo em milhares de anos.

As árvores dessa tarde dão um lento adeus ao seu cadáver,
que segue boiando na lágrima ensangüentada dos dias.

E os dias são de carros,
e os dias são de fodas loucas na cama velha,
e os dias são de tédio,
olhares vaziosde “que porra estou fazendo aqui?”

E os morcegos se fingem de cegos,
caçando mosquitos,
vigiando a lenta marcha do que sobrou do teu cadáver
soçobrante.

Um comentário:

jorginho da hora disse...

Sua poesia transcende a plástica num sentido ou forma mais obscura e por isso fica difício fazer um comentario. De qualquer forma nesse exato momento qualquer idéia que de alguma forma lembre a morte remete-me instantaneamente ao meu pai.