sábado, 12 de março de 2011

às vezes me sinto como um robô a óleo diesel
que sorveu cinco litros de gasolina,

(lunático
extático
neurótico)

combalido no embate,
debatendo-se embebido em sangue de filme B
deixando minha última assinatura numa mancha que cresce
no paredão enquanto caio aos poucos atritando-me ao concreto
olhando fixo para os executores que já fumam e conversam.

a fumaça do escapamento está ficando mais e mais suja,
e eu mastigo meus próprios parafusos soltos
enquanto contemplo o lento expandir-se da ferrugem

(uma parede de recifes afiados que queimam a carne
como a beleza de uma rosa viva, ou uma nascente de lama
numa planície de pedra.)

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