poema é punheta, punhal,
pílula do dia presente,
pústula purulenta,
putrefação infestada de vermes em festa
(letras).
poema é pó, pergunte e ele te responderá,
diluído em suco gástrico,
semente nerudiana ardendo em sulcos na página.
(pélvis só, gotejando sumo, triste pau mole, sumô solitário).
poema é postulado de loucos sem apriorismos,
post-script, post-mortem do poeta,
pilar de ossos na montanha negra
em meio à treva devastada.
(cuspe de morfético. morfina de efeito inverso, jogo de espelhos que se erram).
alvo escuro crivado de incertezas,
o poema é sempre um eco
emergindo do oco.
os melhores poemas
são secos como socos.
Um comentário:
Salto em queda livre.
Postar um comentário