Viajo, sereno, no vento da tarde,
Emerso da massa amorfa e disoluta.
Enfim só, antes tarde do que nunca,
Posso agora gozar de minha unicidade.
Lacrimeja-me o olho, e arde.
O Real, u'a névoa espessa eclipsa,
Clepsidra ocular, flor de tez baça,
Segue o curso uma lágrima de jade.
Faço um verso escanifrado,
Mote chulo e desengonçado,
Algo clichê, sobre tarde e sobre vento,
Sobre as diurnas causas, desalento,
Uma lágrima de mim ter brotado,
Molhando-me a camisa. Salgando-me o enfado.
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