Chove na minha cabeça
(não na alma),
e eu queria partir o céu em dois
e comê-lo com manteiga
tomando goles sucessivos de vodka.
Esqueci o bom-humor na cama.
Tenho medo de que essa bad-trip dure para sempre,
mas é melhor ser honesto
que ser tristemente alegre.
Cobram-me a testosterona, macheza, valentia.
Cobram-me sobretudo que eu seja o libertino que não sou,
E embora não seja religioso ou moralista,
Vou devagar com os anseios de provar aos amigos
o quanto sigo os passos do velho Buk.
O que o Buk acharia desses imitadores baratos?
Esqueci o bom moço na cama,
e se não cuspo no primeiro crente hipócrita
que cruza o meu caminho,
é por amor à minha própria integridade física.
Eu queria partir o céu em dois
e comê-lo com manteiga,
mas um poema com pouco prumo
à prova de pontos
com pontas soltas alquebradas
é tudo que tenho para analisar o meu ser,
para canalisar meu poder.
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