sexta-feira, 4 de junho de 2010

O Veneno*

Ricardo sorvia todo dia
Uma dose do Veneno,
Que o matava lentamente,
E em um ano o exterminaria.
Por que tomava? Não sabia,
Sua dama também não,
Mas tomava, também ela,
E seu Flavinho, ano que vem,
começaria.

***

"A Virtude", como chamavam a bebida,
Pertencia ao Supremo De Cada Um,
E o deles era Carlos:
Homem forte, rosado, robusto,
e sobretudo risonho.

***

Um dia, meio do ano,
Organizados, embandeirados em bandos,
Um grupo seduziu
Ricardo e família.
O plano engenhoso o empolgou
E fez arder seu coração:
Matar todos os Supremos de Cada Um,
E roubar o "Remédio",
Que guardavam no armário da cozinha.

***

Não me delongo no processo,
Pois já fisga-me o sono
E escasseia-me o vinho.
Mas o fato é que fizeram,
Cumpriram o programa:
Deram cabo dos chefes,
E roubaram os venenos.

***

Mas ao fim e ao cabo,
Algo aconteceu de interessante:
Todos empossados do Veneno
Decidiram continuar tomando-o.
Todos, menos Ricardo,
e família,
Que a contragosto dos Líderes do levante,
Estourou a garrafa malsã
Na cabeça do adormecido Supremo,
E ateou fogo na sua casa,
Com ele, veneno, e tudo.

*Não, eu não estou atravessando uma crise criativa ou coisa do tipo. Mesmo porque não me vejo como um escritor profissional ou coisa do tipo. Resolvi re-publicar este conto por dois motivos:
1. Para que os que não o leram, leiam.
2. Para expliciatar um pouco da minha visão política, visto que estamos na iminência de eleições.

3 comentários:

jorginho da hora disse...

Ainda bem que vc postou de novo. pois eu não havia lido.
Velho, me diz como é que cola o marcador de visitas. Se não for muito trabalho, manda pro meu email: jorginhodahora3@gmail.com

Olha só, meu pai está no hospital; não sei se vc ficou sabendo. Sei que vc não anda tendo tempo de ir lá por causa da faculdade, mas quando ele estiver em casa, acho que vai ficar uns tempos na casa da Sandra. Vai lá fazer uma visita prá ver se ãnima ele um pouco.
Hoje fiquei com ele lá no caribé. Fiquei muito triste, mais não demonstrei para não deixa-lo prá baixo.

Um abraço!

Edson Bueno de Camargo disse...

Tomamos do veneno todos os dias, ele se chama poder. O desejo pelo poder mata mais do que câncer. O câncer, o muito que faz, nos mata o corpo, o desejo pelo poder, a alma.

Enzo de Marco disse...

Hello meu caro AvoHai
aka
Doces venenos suaves zumbindos
Força meu carooooo