sábado, 30 de outubro de 2010

As FLores Miúdas de Harusame (pseudônimo com que assino meus poemas curtos)

Uma viatura singra
a janela do ônibus,
retilínea,

sangrando as minhas retinas
(curvilíneas janelas da cabeça).

Cretina!


O Coringa chama,
o Presidente atende.
BANG!



o vento varre o pó,
as árvores se curvam e aplaudem,
Primavera está passando!


o gato segue o rato.
por um tris
não perseguem a si mesmos.


flores gêmeas pingentes.
perguntas amarelas
para todas as respostas.


flores-sóis amarelas.
segredos pingentes
confessados por um fio
verde.

o suor indo pelo ralo
o sol indo pelo breu
a noite já sendo passado

a roda do ventilador
é uma revolução cubana
dedo em riste
rasgo urbano
raised fist!
um carro passou por cima do meu coração.
talvez por isso eu esteja pensando assim,
com cheiro de borracha e escapamento.
carburadores de letras,
vísceras de espuma,
coluna de pistão,
e a mente:
um prédio condenado
implodindo em slow motion
ao som do Dark Side of the Moon.


chão rachado
céu azul
primavera quente


primavera quente.
a única flor é o sol,
e já está indo.

Nenhum comentário: