No velório das Vinte Virgens
Verdes,
o chá é servido ainda vivo
e cinco Dominações de Fogo
guardam as portas de eletro.
No velório das Vinte Virgens
Verdes,
Júpiter chora ajoelhado
macerando com as rótulas rubustas
seus filhos
regurgitados,
e Bob Dylan tem um olho de luz.
Dez Virgens eram bruxas,
Dez eram imaginárias,
mas os vinte caixões estão
pesados.
Porque eram verdes, ninguém sabe.
Porque eram virgens, tampouco.
Só o que se sabe
(e se burburinha no velório)
é que tombaram todas, tesas,
ao mesmo tempo,
no tapete da sala de estar.
3 comentários:
Vinte musas mortas no tapete da sala,
vinte CAIXÕES com cheiro de maresia.
Rafael, vc tem razão: não somos muito diferentes dos reaças do Afeganistão.
Sabe uma coisa que também me chamou a atenção no seu texto? é que vc escreveu viado ao invés de veado. do jeito que vc escreveu é realmente a forma correta, já que é assim que falamos e a palavra escrita é uma tradução do som da fala. Lí isso numa entrevista com o Millor sobre lingua portuguesa, então quando escrevi o texto pensei em escrever com i também, mas confesso que me faltou coragem. Covardia literaria é foda.
Cara, vc que estuda letras devia ler essa entrevista com o Millor na net. inclusive ele brinca com essa mania das pessoas escreverem viado com e, e dá umas dicas muito interessantes. Eu não lembro mais o nome do site, mas se vc colocar no google alguma coisa do tipo: Millor falando sobre gramatica e lingua portuguesa, se ainda estiver lá vai aparecer.
Falando em virgens, era do que Salomão parecia gostar, além do vinho.
As coisas escritas em eclesiastes tinha muito de pessoal, sim, e sobre a rainha etiope, se não me engano, ele faz uma homenagem descrevendo sua beleza sensual, acho que nos canticos, e esse não é o único momento erótico de Salomão na bíblia.
É provavel que quando ele diz que tudo é ilusão, esteja também referindo-se a desilusão amorosa, pois um cara que tem mil mulheres, não devia mesmo pensar em outra coisa na vida a não ser sexo e mulher.
Um abraço, meu velho, fique esperto.
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