Retesou seu arco.
Semicerrou os olhos.
Cantou aquela velha cantiga
que aprendera com os xamãs
em Mäsdul:
" Vento, vento
que dá na trilha
Chuva, chuva
que dá na ilha
Sol de Agosto
luz sombira
Vultos magros
girando a quilha..."
Quando toda a sua força estava condensada
estancada no braço esquerdo
e a mão direita, intrépida
roçava a barba e o lóbulo da orelha
cerrou os olhos
soltou a corda
e a seta singrou o breu sanguíneo
das pálpebras cerradas.
O que viu a Águia:
Um homem à beira do penhasco
de calças esvoaçantes, tronco desnudo,
o rio rugindo ao pé da encosta,
o arco pendente,
os olhos cerrados,
a face beatífica.
O que não vui a Águia:
Uma flecha cravada
na noite escura
do Arqueiro.
Um comentário:
Pois é, nem a aguia pode se focar em tudo. Mas no caso da aguia, creio que ela estava mais interessada no belo, na visão poetica. Nesse sentido, a aguia representaria algo bem parecido com a visão do poeta.
Um abraço !
Postar um comentário