terça-feira, 2 de março de 2010

Ode implícita a Lawrence Ferlinghetti

Selvagens torres com olhos espreitam o alvorecer
sangrentas paragens de tédio anunciam o avô do mundo chegar
virgens augustas, cactos obscenos, canoas metálicas, íngremes escarpas de medo
no limite da consciência tranquila.
Sempre, sempre que você chegar, meu amor,
diga adeus a mim mesmo,
porque Felipe saiu com o ogro, sem pedir permissão aos olhos injetados que repousam na sala de estar como um monumento máximo ao tédio e inapetência pela vida.

Ela disse: Nossa, que praia linda!
Ele disse: Mas o sangue que há no mar não me agrada...
Felipe disse: Papai, mamãe, sinto muito, mas terei que suicidar-me agora.

E o pequeno Felipe estourou os próprios miolos infantes antes que fosse tarde e estivesse igualzinho aos pais, cópia cagada e cuspida.

Feroz, atroz, malévolo,
sutil, gentil, risonho...
Sublimes rios de corpos empapados em verde-musgo.

Somos catarro de algum Deus Louco.

-Então, Jimmy, quando iremos jantar naquela pocilga sórdida de meretizesifilíticasmáticasombriasatânicas?
- Não sei como você aguenta aquela louca ao seu lado. Ela sempre late às três da madrugada, acordando todos os Santos Anjos do Senhor!
- Valha-me Nossa Senhora! O que é aquilo? Vade retro Satana!

Fáááááááaaarrrrrssssshhhh..., farfalham as folhas do jardim,
e o jardim é vagina de Vênus.
Todo jardim é a púbis eriçada de alguma deusa sacana.

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