quarta-feira, 17 de março de 2010

Palavras

em sarças ardentes
queimam as palavras,
crepitando estrelas.

em cruxifixos tortos
vales de lágrimas
ressurreições.

esgueiram-se
por detrás de véus rasgados,
virgens grávidas.

as palavras são como gafanhotos
embebidos em mel silvestre,
e a página é veste de couro,
deserto de quatro dias
gestando tentações,
abrindo mares.

as palavras são escamas
caídas pouco a pouco
dos meus olhos.

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