quarta-feira, 26 de maio de 2010

12

Quebrei os espelhos,
E o corredor ficou estranho,
Pois já não era a minha réplica
Que povoava as paredes.

A face se perdeu,
Escoada em fissuras,
Mandalizada em desníveis na superfície
do vidro.

Visões serão tidas como disparates,
Até que o beijo da Aranha petrifique o Sol,
Emaranhando as verdades perfeitas numa teia
de cianureto e monóxido de carbono.

3 comentários:

jorginho da hora disse...

Velho, estou lendo e relendo Lovecraft. muito bom! Inspira não só à hitórias em quadrinhos como também à poesia. Estimulante, muito estimulante.
Depois que eu tirar algumas xerox, levo tudo de volta.
Li a postagem casandra fala, mas meu tempo já está acabando e eu tenho que sair meio que correndo prá atender um cliente que ligou pra fazer uma tattoo. Espero que ele não canse de esperar!
Depois volto prá fazer um comentário.

jorginho da hora disse...

belissimo!
O olho do furacão nesse caso é a desconstrução do ego ou a crise da identidade?

Rafael Medeiros disse...

É a desconstrução em si mesma. Trata-se do canto desesperado de alguém que vê claramente as desgraças decorrentes de uma visão estatizante/estagnante da realidade, e sabe-se impotente para mudar toda uma visão de mundo alicerssada por construtos fortalecidos ao longo de milênios.

Abraço!