quinta-feira, 25 de março de 2010

Vidressentia

Tomando uma cerveja
-a terceira-,
flagrou-se ainda com sede
e, súbito,
sentiu-se embriagado por uma lucidez
absurda.

A mesa pegajosa
com logomarcas de bebidas,
a fauna decadente do boteco,
o ar saturado de tabaco fodido.

Alguém,
que já passou da terceira,
deixa cair um copo.

Murmurou
(embora sentisse que gritasse):

"não é preciso quebrar copos,
tudo já está estilhaçado!"

3 comentários:

Andréia Carvalho Gavita disse...

o grito de silêncio é de vidro.

Erres Errantes disse...

Falando em cerveja
me deu vontade de tomar uma agora.

Rafael Medeiros disse...

Ah..., cerveja, o Satori espumante...